14/07/2021

Indústria de transformação do RJ volta à sala de aula para ganhar competitividade

Saco para lixo com citronela é uma invenção que parece simples. Mas, se vista mais a fundo, é uma grande inovação porque soluciona um dos maiores problemas para os resíduos domésticos: insetos vetores de doenças. O produto foi desenvolvido por Marcelo Sved, sócio da empresa de transformação de artigos plásticos Utilar. 

Sved conta que a ideia surgiu após as capacitações oferecidas pelo Sebrae-RJ, com o patrocínio do Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast), no Rio de Janeiro. Justamente durante as aulas, Marcelo entendeu que, para inovar, precisaria agregar valor ao seu produto e entregar sentido ao consumidor. "Percebemos que saco para lixo é um produto de saúde, pois se ficássemos com o lixo dentro de casa, nós iríamos adoecer. Com isso, chegamos a essa ideia de adicionar citronela ao saco plástico para afastar os insetos", explica. 

Segundo o empresário, o faturamento da empresa aumentou por volta de 20% desde o lançamento do produto, em 2018. "Tivemos uma evolução muito grande com a capacitação. Evoluímos na área de criação de produtos, de processos internos e chegamos até a mudar o layout da empresa durante a capacitação", explica. Para criar o produto, foi necessário desenvolver uma nova matéria-prima e novos aditivos, já que a citronela é um óleo e não se mistura com o plástico. 

Como ele, outros transformadores da indústria do plástico também passam por essas capacitações. Com o objetivo de auxiliar a indústria de transformação do plástico a ter ganhos de performance, o Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast) já investiu cerca de R$ 20 milhões em ações em prol do plástico e em programas de capacitações. No caso do Sebrae-RJ, já ocorreram duas rodadas do programa. Em cada uma delas, há as empresas que participam de todos os módulos, o chamado "núcleo duro", e as convidadas para atividades específicas. No total, passam pela capacitação 50 empresas por rodada. Segundo o Sebrae-RJ, foi possível perceber um crescimento de 55% na competitividade das empresas participantes em relação à gestão empresarial. 

Alta na performance

As capacitações são acompanhadas de indicadores e monitoramento bimestral.  As metas propostas são de 15% de aumento na competitividade e de 10% na produtividade, com a consequente diminuição no grau de dependência de grandes empresas.  Andreia Lopes, coordenadora de projetos de encadeamento produtivo do Sebrae-RJ, acredita que é um grande mito dizer que pequenas empresas não são tecnológicas. "É mais fácil envolver todo o pessoal em uma pequena empresa e conseguir implantar uma cultura de inovação, pois elas têm mais liberdade e velocidade. Para as grandes empresas, isso é mais difícil pela burocracia."

"Quando falamos de indústria 4.0, o que vem à mente é algo mais tecnológico, mas pode ser muito mais simples que isso, como integrar processos e sequências de forma mais lógica, convergente, ágil, segura e produtiva", corrobora Gladstone Santos, presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado do Rio de Janeiro (SIMPERJ). E completa: "Percebo que, principalmente os pequenos empresários, perdem oportunidades de melhorias dentro da própria realidade por focarem as expectativas em algo inatingível no momento."  

Renato Regazzi, gerente do Sebrae-RJ, aponta alguns desafios para a adaptação às novas tecnologias entre as pequenas e microempresas, que representam 33% da indústria nacional, segundo o Sebrae. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), quando se trata especificamente do setor de transformação plástica, o número sobe para 94%. "O setor do plástico tem uma barreira de entrada razoável, pois os equipamentos, as máquinas e os moldes não são baratos". Ele também indica saídas: "Quem é pequeno precisa pensar em trabalhar de forma compartilhada porque, se adquirir certos equipamentos, eles podem até ser subutilizados em determinados períodos. Inovações complementares para ganho de produtividade nesse contexto são essenciais, como prototipar antes de confeccionar o molde, gerando grande economia, e substituir materiais por outros mais econômicos ou que reduzam o tempo de produção. Isso também é considerado inovação".  

Sved concorda e complementa: "Uma empresa que não se diferencia, perde competitividade. Portanto é fundamental para seu sucesso que ela inove constantemente, tanto na linha de produtos quanto em seus processos internos", aconselha. 

Sobre o PICPlast

O Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast) é uma iniciativa criada em 2013 pela Braskem, maior produtora de resinas das Américas, e ABIPLAST, Associação Brasileira da Indústria do Plástico, que prevê o desenvolvimento de programas estruturais que contribuam com a competitividade e o crescimento da transformação e reciclagem plástica.  O PICPlast já investiu cerca de R$ 20 milhões em ações em prol da imagem do plástico e programas de capacitações.

A iniciativa é baseada em dois pilares: aumento da competitividade e inovação do setor de transformação, e promoção das vantagens do plástico. O PICPlast também conta com investimentos voltados ao reforço na qualificação profissional e na gestão empresarial. No pilar de vantagens do plástico, as frentes de trabalho são voltadas para reciclagem, estudos técnicos, educação e comunicação, com destaque para o Movimento Plástico Transforma. Para saber mais, acesse www.picplast.com.br e www.plasticotransforma.com.br .

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