Estamos prontos para a indústria 4.0?
Robôs industriais, impressão 3D, drones, inteligência artificial e big data: a revolução industrial 4.0 há tempos deixou de se basear apenas em meras teorias. Hoje, ela vai muito além da automatização dos sistemas de infraestrutura e da produção em longa escala. No entanto, a velocidade com que essas inovações são aplicadas no Brasil ainda é bem menor se comparada à de outros países como Japão, Estados Unidos e Alemanha, onde essas tecnologias já estão bem mais amadurecidas.
Afinal, quais são os grandes desafios que o setor industrial brasileiro enfrenta atualmente para acompanhar e usufruir dessas tecnologias? Será que nosso mercado está realmente preparado para encarar o futuro industrial dos próximos cinco, dez ou vinte anos? Para o CDO da Braskem, Fábio Buckeridge, o digital head South America da BASF, Fabiano Assunção Sant'Ana, e o CDO da Solvay, Fernando Birman, a resposta é unânime: estamos vivendo uma ruptura de mercado no Brasil com as inovações e macrotendências da tecnologia.
Esses e outros pontos foram debatidos durante a palestra "A inovação na era digital", que aconteceu no Espaço Inova Plastic, na edição deste ano da Feiplastic, a Feira Internacional do Plástico. "Muitas das macrotendências tecnológicas já estão acessíveis ao mercado brasileiro, mas o barato pode sair caro se as empresas não estiverem preparadas para lidar com elas", explica Fábio Buckeridge. "Precisamos pensar em processos, treinamentos e governança e escolher plataformas robustas, além de lidar com os dados de forma segura, gerenciando modelos cada vez mais eficientes de machine learning. Quanto mais barato o custo da tecnologia, mais cara fica a mudança", complementa.
Oportunidades e desafios
Um estudo recente da consultoria McKinsey mostra que quase 70% das empresas que iniciaram projetos de soluções disruptivas estão lutando para seguir em frente, visando entregar resultados em escala e com impacto sustentável. A mesma pesquisa indica que, em 43% dos casos, a responsabilidade por esse movimento no Brasil fica a cargo dos CEOs das empresas entrevistadas.
Algumas das iniciativas criadas para incentivar soluções para a cadeia do plástico, como o Movimento Plástico Transforma, as avaliações de ciclo de vida (ACV) divulgadas pelo PICPlast e a criação da Rede Empresarial de Cooperação para o Plástico - uma iniciativa da Abiplast -, mostram o potencial de crescimento desse movimento.
Uma dessas iniciativas, que faz parte da estratégia de negócios da Braskem, é a criação de um aplicativo que informa se o produto é ou não reciclável e onde ele pode ser descartado adequadamente. A ideia é trazer novas formas de comportamento e oportunidades para o setor do plástico por meio da economia circular e da conscientização. Fábio ainda ressalta: "O plástico tende a ter uma reputação ruim no mercado, mas nosso objetivo é levar informação de qualidade e conscientizar as pessoas sobre a importância de seu consumo e de seu descarte conscientes", conclui.
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