INDIANO TRANSFORMA PLÁSTICO EM ASFALTO

10/09/2018

Versatilidade do plástico inspira professor de química a criar nova tecnologia para produzir material de pavimentação na Índia

O plástico é, sem dúvida, um dos materiais mais úteis e versáteis à nossa disposição. Existe uma infinidade de objetos e produtos que são desenvolvidos a partir do uso da matéria plástica em todas as suas formas e consistências, mas essa polivalência para novas utilidades parece não ter fim. 

Um exemplo disso vem da Índia, mais precisamente da região de Madurai. Entre as diversas inovações desenvolvidas a partir da transformação de resíduos plásticos, o professor de química da Faculdade de Engenharia de Thiagarajar, Enter Rajagopalan Vasudevan, criou um método bem simples de produzir asfalto, utilizando pedaços de concreto e de plástico que são recolhidos das ruas. 

O processo 'caseiro' começa com o aquecimento das pedras e dos pedregulhos a 170°C. Com a adição do plástico fragmentado, o calor provoca uma reação química que cria um revestimento de plástico derretido nas pedras, dando maior durabilidade ao material.

Os benefícios do asfalto feito com materiais 100% reciclados são diversos: ajudam a reduzir o uso de combustíveis fósseis e a produção de gás carbônico, além de utilizar uma infraestrutura muito menor e diminuir a quantidade de lixo abandonado ou destinado a aterros sanitários.

Créditos: Ensia.com

O professor explica que o custo da produção é muito baixo e que o asfalto criado já está sendo aplicado em ruas indianas. Além disso, o potencial de expandir o uso dessa alternativa é gigantesco: "A Índia possui cerca de 4,1 milhões de quilômetros de ruas e estradas, mas apenas 100 mil deles estão pavimentados com a tecnologia. Ainda falta muito, e essa é a motivação de todo o meu trabalho".

A vontade de melhorar a vida do cidadão comum de seu país também serve como incentivo ao indiano. Vasudevan acredita que o descarte inadequado é um problema cultural grave na Índia, mas, por ser um material muito barato e de multiuso, o plástico não deve ser desprezado. 

A nova tecnologia despertou o interesse de empresas americanas, mas o professor recusou todas as propostas financeiras: "Quando comecei este trabalho, vieram de longe para conhecê-lo e ofereceram muito dinheiro porque queriam a tecnologia para eles. Mas eu disse que não. Não vamos entregá-la assim. Darei gratuitamente ao meu país", reitera.