De acordo com o relatório Diversity Matters : Latin America , da McKinsey&Company , uma empresa mais diversa tem performance financeira 20% melhor do que companhias que não prioriz a m políticas de diversidade. Isso acontece porque, segundo o estudo, uma empresa mais igualitária é uma empresa com funcionários mais satisfeitos e que performam melhor. Quando se trata de cargos de liderança mai s diversos , apenas 37,4% das cadeiras gerenciais são ocupadas por mulheres no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) . Para o relatório Mulheres Na Liderança 2020, da Women in Leadership in latin America (WILL) , apenas 25% das mulheres entrevistadas responderam que acreditam que a empresa em que trabalham atingiu a igualdade de gênero. Esse peso também é sentido dentro da cadeia de transformação de plástico.
Fernanda Maluf , uma das coordenadoras do Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico ( PICPlast ) , concorda com o que o relatório da McKinsey&Company aponta, quando aplicado à indústria de transformação do plástico . "É possível ver, na prática, como empresas do setor que são mais diversas , principalmente com maior presença feminina, t ê m melhores resultados . ", afirma.
A atual vice-presidente da área de vinílicos e especialidades da Braskem, Isabel Figueiredo, faz parte da empresa há mais de 19 anos, e percebe que, hoje, há uma mudança muito relevante na indústria. Ela já ocupou cargos de liderança em diferentes empresas da indústria da transformação e foi a primeira mulher diretora da Braskem. "O mais bacana disso é que me permitiu abrir as portas para outras mulheres", comenta.
Quando começou sua carreira, a executiva conta que as lideranças masculinas ficavam surpresas ao vê-la em uma posição de gerência, especialmente em viagens internacionais. "Quando fui ao Japão, olhavam para meu cartão de visitas e ficavam surpresos, diziam que lá não existia gerente mulher. E eu respondia "pois é, mas no Brasil tem e o senhor vai precisar falar comigo para poder fechar negócio".
Apesar desses episódios , que Isabel considera engraçados, ela acredita que ser mulher nunca foi um impeditivo para sua vida profissional. Mas admite que, às vezes, foi necessário se impor e não abaixar a cabeça. "Eu trato todo mundo com muito respeito, mas quando é necessário, eu sei me impor com muita firmeza, e acho que isso também ajudou na minha ascensão profissional", declara.
Simone Orosco, sócia-proprietária da C3P2, empresa que atua com representação de vendas e educação a respeito do plástico, acredita que há ainda um longo caminho a ser seguido. Com mais de 30 anos na indústria plástica , ela percebe um a lacuna entre as experiências profissionais femininas e masculinas. " A mulher precisa se esforç ar muito mais para provar o seu valor e mostrar que o que está falando é com base em conhecimento e experiência" , conta .
Ao longo de sua carreira, Simone precisou lidar com alguns desafios dessa natureza , principalmente quando foi gerente de produção. "F oi difícil porque era necessário tomar decisões rápidas, já que a produção não para, e eu era a única mulher entre os homens que já trabalhavam ali há 20 , 30 anos. T omar uma decisão contr ária ao que eles acreditavam ser o correto era o mais complicado". Ela acredita, no entanto, que sua missão foi cumprid a com sucesso. "N o fim , eu consegui fazer o tinha que ser f eito , conquistei amigos e sou respeitada até hoje por essas pessoas. Foi uma questão de provar o meu valor ", relembra. Hoje ela lidera sua própria empresa em sociedade com uma amiga, que também tem experiência no setor .
Vivência parecida teve a Ana Rita Molessani , sócia na empresa de representação comercial de matérias-primas plásticas , S&M Representações . Para ela , sobretudo na área da indústria, a mulher tem que se preparar muito bem tecnicamente e emocionalmente porque cada dia é um desafio. "É preciso se impor e fazer aparecer a oportunidade . Se f icar sentada esperando , não vai acontecer ", diz ela , que está há quase 40 anos na área do plástico. " Quando nós (mulheres) entr á vamos para uma empresa, éramos a minoria da minoria. Na área do laboratório, por exemplo, que foi onde eu comecei , era só eu de mulher entre quatro homens. Entrei jovem ainda, com nenhuma e xperi ê ncia . Naquela época , eu sofria bullying por se r mulher, ba i xinha ... e ntão , temos que ter determinação e saber o que a gente realmente quer conquistar ", ressalta Ana Rita, que já foi professora do S EBRAE e lecionou para muitas mulheres que hoje seguem na área.
Camila Chaves, gerente comercial da Novel , empresa de soluções em embalagens plásticas, corrobora a fala de Ana Rita. Para ela, a impressão é de que as mulheres precisam sempre provar que são capaz es , algo que já surge naturalmente para os homens. " Somos reconhecidas d epois que conquista mos a confiança e as pessoas veem que somos capaz es e consegu imos entregar o resultado tanto quanto o homem, porque somos tão capazes quanto. Temos que provar o tempo inteiro."
A gerente comercial também pontua ser essencial para as empresas terem uma política de diversidade. "Isso é muito bom porque reforça a imagem e mostra que é uma organização preocupada com o colaborador. No caso das mulheres que trabalham em empresas com esse tipo de política, eu tenho certeza de que elas se dedicam ainda mais e é criado um ambiente de trabalho m ais positivo. Isso tudo é um ciclo: colaboradores satisfeitos que valorizam a empresa consequentemente buscam apresentar os melhores resultados. A empresa só tem a ganhar e não só com as mulheres, mas com a inclusão em geral".
Determinação não falta às mulheres da indústria do plástico, que batalham para que sua presença seja mais igualitária e naturalizada no setor . O resultado disso é a mudança no ambiente c orporativo. Durante sua carreira na Braskem, Isabel p ô de perceber na prática uma série de políticas igualitárias que mudaram a cara da companhia . " Quando você tem uma equipe mais diversa, você tem diferentes olhares. I sso melhora a qualidade da tomada de decisão da empresa porque ela consegue enxergar as questões sobre várias óticas, e não só sobre a visão masculina , como acontec ia no passado ", acredita.
Sobre o PICPlast
O Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico ( PICPlast ) é uma iniciativa criada em 2013 pela Braskem, maior produtora de resinas das Américas, e ABIPLAST, Associação Brasileira da Indústria do Plástico, que prevê o desenvolvimento de programas estruturais que contribuam com a competitividade e o crescimento da transformação e reciclagem plástica. O PICPlast já investiu cerca de R$ 20 milhões em ações em prol da imagem do plástico e programas de capacitações.
A iniciativa é baseada em dois pilares: aumento da competitividade e inovação do setor de transformação, e promoção das vantagens do plástico. O PICPlast também conta com investimentos voltados ao reforço na qualificação profissional e na gestão empresarial. No pilar de vantagens do plástico, as frentes de trabalho são voltadas para reciclagem, estudos técnicos, educação e comunicação, com destaque para o Movimento Plástico Transforma. Para saber mais, acesse www.picplast.com.br e www.plasticotransforma.com.br .
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