28/08/2018

Portal Plástico.com - Estudo mostra maturidade dos recicladores de plástico no Brasil

O Brasil possui uma indústria recicladora de plástico madura, diversificada e disposta a investir mais em 2018, visando o crescimento do setor. É o que mostra o mais recente mapeamento de recicladores de plástico no Brasil, realizado pela Fundação Instituto de Administração (FIA), referente ao ano de 2016, por solicitação do Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast), parceria entre a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e a petroquímica Braskem.

Dos 110 recicladores pesquisados, 37% consideram que o período foi estável ou melhor em relação ao estudo anterior e 43% planejam investir nos próximos anos. "O Brasil possuiu um dos mercados mais sofisticados do mundo em reciclagem de plástico, em poucos lugares encontramos a diversidade de aplicações que temos aqui", diz o professor da FIA Leandro Fraga, responsável pela pesquisa. Como afirmou, o Brasil lidera em relação à oferta de produtos transformados feitos de plásticos reciclados, produzindo desde itens simples, como tampas de embalagens, até peças complexas para a indústria automotiva.

O estudo indica a maturidade dos recicladores plásticos: 94% dos transformadores existem há mais de seis anos e 79% estão em atividade há mais de uma década. Em relação ao porte dessas empresas, há um equilíbrio, pois 49% delas são empresas de grande e médio porte e 51% composto por micro e pequenas empresas.

O reconhecimento do valor do plástico como matéria-prima por parte das empresas também é crescente, segundo a pesquisa. "Os consumidores já reconhecem o reciclado como atributo e não uma resina barata", diz Fraga. As embalagens são as grandes fontes de reciclagem, 39% das recicladoras ouvidas têm nessa origem 90% ou mais do total reciclado.

O mercado interno é o que mais fornece material reciclável para as transformadoras. Apenas 5% dos entrevistados informaram importar materiais para reciclagem, que representa apenas 2% do volume do total reciclado.

O campeão de reciclagem é o polietileno, resina operada por 27% dos participantes do estudo. Também possuem grande representatividade o polipropileno (23%), o PET (16%) e o PS (15%).

Para Leandro Fraga, o gargalo desta indústria é a dificuldade de acesso dos transformadores ao plástico a ser reciclado. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), apenas 13% dos resíduos sólidos urbanos no Brasil têm como destino as recicladoras. "Precisamos ter em mente que a importância da reciclagem já é uma realidade. Buscar soluções para este gargalo é uma questão que precisa ser resolvida a curto prazo".