Apesar d e as grandes empresas já terem se automatizado e se beneficiarem com isso, o mercado brasileiro tem muito a amadurecer em relação à indústria 4.0, principalmente as pequenas empresas, avalia Fernanda Maluf, do Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico ( PICPlast ) . Pensando nisso, o PICPlast , em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae -RJ ) e com a consultoria Avantec , já investiu cerca de R$ 20 milhões em ações em prol do plástico e em programas de capacitações .
O engenheiro Luís Cassinelli , proprietário da consultoria Avantec e coordenador de área na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), acompanha as capacitações desde a segunda edição e percebe que o sentimento de urgência para ser inovador aumentou, justamente pela percepção de que se diferenciar no mercado é vital. "As coisas acontecem cada vez mais rápido e quem não inova fica de fora do mercado, já vi isso acontecer inúmeras vezes. Empresas que, por serem grandes e estarem dando certo naquele momento, acharam melhor não mudar. Só que o modelo funciona em determinada condição, que se altera muito rápido. Todo dia o conhecimento dobra, então é importante estar sempre inovando para não ficar para trás", comenta.
Pelo Sebrae -RJ , as capacitações são acompanhadas de indicadores e monitoramento bimestral . A s metas propostas são de 15% de aumento na competitividade e de 10% na produtividade , com a consequente diminuição no grau de dependência de grandes empresas.
"Quando falamos de 4.0, o que vem à mente é algo mais tecnológico, mas pode ser muito mais simples do que isso, como integrar processos e sequências de forma mais lógica, convergente, ágil, segura e produtiva", explica Gladstone Santos, presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado do Rio de Janeiro (SIMPERJ). E completa: "Percebo que, principalmente os pequenos empresários, perdem oportunidades de melhorias dentro da própria realidade por focarem as expectativas em algo inatingível no momento" .
A coordenadora de projetos de encadeamento produtivo do?Sebrae-RJ, Andreia Lopes, acredita que é um grande mito dizer que pequenas empresas não são tecnológicas . " É mais fácil envolver todo o pessoal em uma pequena empresa e conseguir implantar uma cultura de inovação, pois elas têm mais liberdade e velocidade. Para as grandes empresas, isso é mais difícil pela burocracia ."
Manoel Lisboa da Silva Neto, consultor da Avantec e fundador da PlasticXperience , plataforma desenvolvida para promover o conhecimento sobre o plástico, conta que a capacitação leva os empresários a terem ideias e a conseguirem criar oportunidades não só em relação a produtos, mas também aos modelos de negócios . I deias de parcerias e tecnologias, independentemente do momento enfrentado, como a pandemia de Covid- 19. "A gente traz um mindset de inovação, de sempre estar buscando oportunidades ou cenários diferentes. As empresas chegam ao final dos módulos com todo um pipeline novo . Apresentamo s as ferramentas e a metodologia que auxiliam a mudar a cultura da empresa."
Um dos transformadores que passaram pelo programa de capacitação do PICPlast foi Marcelo Sved , sócio proprietário da empresa Utilar . Ele explica que , durante o processo, entendeu que para inovar precisaria agregar valor ao seu produto e entregar sentido ao consumidor. "Percebemos que saco para lixo é um produto de saúde, pois se ficássemos com o lixo dentro de casa nós iríamos adoecer. Com isso, chegamos a essa ideia de adicionar citronel a ao saco plástico para afastar os insetos , porque esse é o maior problema do lixo para a saúde. O produto está sendo bem aceito no mercado e tem nos trazido bons resultados", comemora . A ideia surgiu após participar do modulo Gestão Estratégica Avançada , d o Encadeamento Produtivo PicPlast (Sebrae-RJ), em que parou para pensar estrategicamente sobre a empresa, seus produtos e mercados.
Renato Regazzi , gerente do Sebrae-RJ, aponta alguns desafios para a adaptação às novas tecnologias entre as pequenas e microempresas, que representam 33% do setor , segundo o Sebrae. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), quando se trata especificamente do setor de transformação plástica, o número sobe para 94%. " O setor do plástico tem uma barreira de entrada razoável, pois os equipamentos, as máquinas e os moldes não são baratos". E aponta saídas: "O Sebrae tem um projeto que arca com 70% dos custos para automatização das empresas. Além disso, o pequeno empresário , muitas vezes , pensa que precisa de equipamentos high tech para inovar, mas há ferramentas que podem ser utilizadas por um baixo custo no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), como impressoras 3D para a prototipagem ".
Ainda para o gerente do Sebrae-RJ, as ferramentas estão disponíveis e são bem acessíveis aos pequenos empresários, do ponto de vista econômico. "Quem é pequeno precisa pensar em trabalhar de forma compartilhada porque, se adquirir certos equipamentos, eles podem até ser subutilizados em determinados períodos. Inovações complementares para ganho de produtividade nesse contexto são essenciais, como prototipar antes de confeccionar o molde, gera ndo grande economia, e substituir materiais por outros mais econômicos ou que reduzam o tempo de produção. Isso também é considerado inovação".
Apesar do obstáculo do custo para o pequeno empresário, Lisboa Neto ressalta que manter o maquinário antigo gera perda de produção por problemas relacionados à manutenção. Inclusive, na indústria plástica o custo maior é da matéria-prima . E ntão , se há muita perda, a despesa dessa perda em relação ao que se consome acaba sendo grande.
Como saída, Luiz Henrique Hartmann, consultor da Avantec e sócio-diretor da Comeplax , empresa de consultoria , sinaliza que as grandes empresas estão trazendo tecnologia importada para o país . C onforme vai se popularizando, os preços tendem a cair, tornando os equipamentos automatizados e computadorizados mais acessíveis ao pequeno empresário. "Devagar se vai implementando e nacionalizando a tecnologia e o Brasil tem um parque de inovação e cabeças de inovação muito fortes , até em comparação com o resto do mundo. Desta forma , poderemos avançar mais rápido e não lev ará tanto tempo ".
Sobre o PICPlast
O Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico ( PICPlast ) é uma iniciativa criada em 2013 pela Braskem, maior produtora de resinas das Américas, e ABIPLAST, Associação Brasileira da Indústria do Plástico, que prevê o desenvolvimento de programas estruturais que contribuam com a competitividade e o crescimento da transformação e reciclagem plástica . O PICPlast já investiu cerca de R$ 20 milhões em ações em prol da imagem do plástico e programas de capacitações.
A iniciativa é baseada em dois pilares: aumento da competitividade e inovação do setor de transformação, e promoção das vantagens do plástico . O PICPlast também conta com investimentos voltados ao reforço na qualificação profissional e na gestão empresarial. No pilar de vantagens do plástico, as frentes de trabalho são voltadas para reciclagem, estudos técnicos, educação e comunicação, com destaque para o Movimento Plástico Transforma. Para saber mais, acesse www.picplast.com.br e www.plasticotransforma.com.br .
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